domingo, 6 de maio de 2012

A FOME E AS REBELIÕES NO MUNDO (9ºs ANOS)


Em pleno século 21, quando o homem já havia chegado à lua e vasculhado nosso sistema solar, já havia se deslocado a longas distância pelos céus em pouquíssimo tempo,  já faz cirurgias minuciosas e delicadas à distância, utilizando-se de robôs e, agora, procura ler o pensamento das pessoas, numa clara demostração de que imagina-se Deus, esse todo-poderoso não conseguiu derrotar um inimigo que há muito está presente entre os seres humanos: a fome.
Sabemos que a escassez de alimentos é história para boi dormir. O que se produz de alimentos, hoje, é suficiente para abastecer os 7 bilhões de habitantes e ainda sobra grande parte para se transformar em ração. Por que, então, a fome é um mal cada vez mais presente e assustador? Por que milhares, ou até milhões de crianças morreram e morrerão de fome em todo o mundo?
Veja essa importante matéria que a Editora Abril publicou abordando esse tema. Deixe aqui seu comentário e/ou dúvidas. Você poderá, também, comentar sobre a questão da fome na África em nosso Fórum, que está disponível há algum tempo. Até a próxima...







O mundo vive rebeliões por fome

Veja quais os países que foram afetados e as possíveis causas da falta de alimentos

Nos primeiros meses de 2008, rebeliões ou protestos por falta de comida atingiram 13 países. Dezoito adotaram medidas de restrição às exportações, para preservar alimentos para sua população. Você sabe que, pelo mundo e em nosso país, há uma parcela de pessoas que passa fome. Mas o fato de haver explosões de descontentamento popular no mesmo momento em diversos pontos do globo indica que está ocorrendo uma onda de falta de alimentos, que agravou recentemente uma situação que já não era fácil. 



A seguir, você lerá sobre alguns aspectos desse tema. Nosso objetivo é que você se acostume a ler informações em mapas, gráficos e tabelas. Nos primeiros parágrafos, mostramos onde a crise foi mais aguda: não por acaso, chama atenção para a África, onde estão os países com a maior pobreza do planeta. 

Pode-se ver, também, que há uma relação estreita entre o problema e a alta no preço internacional dos alimentos – pois, quando as populações ou os próprios países estão no limite da pobreza, e dependem de ajuda financeira externa, uma elevação significativa de preços pode indicar que onde havia pouca comida agora faltará. 

Há cerca de 40 anos, começava no mundo a Revolução Verde, com sementes melhoradas, novos fertilizantes e agrotóxicos, ou seja, a moderna agroindústria. Naquela época, o pernambucano Josué de Castro já alertava: “O problema da fome não é apenas a produção insuficiente de alimentos. É preciso que a massa dessa população disponha de poder de compra para adquirir esses alimentos”. Infelizmente, os protestos em 2008 mostram quanto ele tinha razão. 


SUBNUTRIÇÃO E AS REVOLTAS  


Protestos contra a fome de janeiro a abril de 2008 e % da população subnutrida (2006). Clique e veja no infográfico 


Fome, medo e raiva 

Veja que, no geral, os protestos se espalham entre os países que já têm uma parcela significativa de população subnutrida. Eles estão concentrados na África, que possui o maior índice de pobreza do globo. Também aconteceram no sul da Ásia, com destaque para a Índia – cuja população supera 1 bilhão de pessoas, com grande pobreza. Nas Américas, atingiu o Peru, a Argentina e há o caso grave do Haiti, que depende muito de auxílio financeiro externo e onde há uma missão da ONU liderada pelo Brasil.


A FOME POR CONTINENTE 

Milhões de pessoas sem comida suficiente, em 2004 

Ásia e Pacífico: 527,5 

América Latina e Caribe: 52,3 
Norte da África e Oriente Médio: 37,9 
África e Subsaariana: 214,6 
Resto do mundo: 31,6 


Fonte: FAO 


Ásia lidera 


Todas as noites, mais de 850 milhões de pessoas, 14% da população global, vão dormir com fome. Note que o maior número está na Ásia: o principal motivo é que a Índia e a China, que, juntas, têm cerca de 40% da população mundial, possuem grandes bolsões de pobreza (sobretudo a Índia). Na África ao sul do Saara, porém, a pobreza está mais concentrada, pois é ainda maior em relação ao total da população.

OS ALIMENTOS MAIS CAROS 
Índice mensal de preços de grupos básicos de produtos alimentares da FAO (1998 - 2000 = 100) 

Infográfico (clique para ampliar)

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Mesma base  


Este é um gráfico diferente, pois os números de 50 a 350 da ordenada (linha vertical à esquerda) não indicam os preços em termos de valores (como dólares ou reais), mas, sim, as relações entre diferentes preços. Ao fixar o preço médio de cada grupo de alimentos, entre 1998 e 2000, como valor 100, o gráfico, então, indica se os preços subiram ou desceram e quanto. Podemos ver que, nestes dez anos, o preço do grupo de alimentos mais consumido pelos pobres, o dos cereais, quase triplicou, bem como o dos laticínios e o dos óleos. Podemos ver, também, que ocorreu uma alta muito forte a partir de 2007. Naturalmente, há uma relação estreita com a rebelião contra a fome em vários países no início de 2008. 


O PREÇO E A FOME 

Índice de preços de alimentos da FAO (1998 - 2000 = 100) 

Infográfico (clique para ampliar)





Preço versus fome 


Compare o gráfico e a tabela. Veja como a parcela de população com fome veio diminuindo desde a década de 1970 na Ásia, América Latina e Oriente Médio à medida que o preço médio dos alimentos também caiu (a exceção foi a África Subsaariana, onde não houve mudanças significativas, em razão da persistente pobreza). A alta no preço dos alimentos nos últimos anos pode anular esses avanços.

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