sábado, 15 de outubro de 2011

CONTRASTES: FOME AFRICANA E TECNOLOGIA EUROPEIA

Há alguns dias, a imprensa veicula informações acerca de uma tragédia que - novamente - vem se abatendo sobre a Somália, país localizado no chamado "Chifre da África". Muitas dessas matérias insistem em culpar a aridez do deserto, com o perdão pela tautologia, pelas milhares de mortes que ali se verifica. Não se discute que tal condição climática torna muito mais difícil a vida nessa e em outras regiões do mundo com semelhante característica. Mas, afirmar que o deserto mata, não faz sentido. Alguém está morrendo de fome em Las Vegas? E na Austrália, cuja aridez predomina em 80% do território, ouvimos dizer que a seca castiga até a morte? Nem mesmo um aborígene, que até há pouco sofria fortes discriminações (embora resida em seu próprio território), morre de fome nesse país. É uma pena que a Somália não tenha bilhões de barris de petróleo em seu subsolo. Se tivesse, talvez os Estados Unidos já tivessem interferido na política do país, em busca de uma tal "democracia", como fizera no Iraque, na Líbia e em tantos outros...produtores de petróleo.
Ocorre que, além dessa notícia, uma outra me chamou a atenção recentemente: uma feira de tecnologias que, em setembro último, ocorreu na Europa. Nada contra a tecnologia, ao contrário, somos cada vez mais dependente dela. Mas, vejam o que o ser humano é capaz de criar. A inteligência humana não tem limites. Ou melhor, quase não tem limites. Ainda não temos a capacidade de matar a fome de seres humanos. Talvez aí seja pedir demais!

Armando S. Neto


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