segunda-feira, 13 de maio de 2019

IMIGRAÇÃO NA EUROPA E XENOFOBIA (8ºs ANOS)

                                              
O site UOL educação publicou um texto muito interessante sobre a imigração na Europa e a questão da xenofobia. Ele cita, inclusive, o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado por policiais no metrô londrino, supostamente confundido com um terrorista. Confira o texto! 


                                IMIGRAÇÃO NA EUROPA

Intensas manifestações contra os estrangeiros ressurgiram na Europa na década de 1990. Com a queda do socialismo, ocorreu um grande do fluxo imigratório de populações que fugiam da crise econômica dos países da antiga órbita soviética e das guerras civis que esfacelaram a ex-Iugoslávia. A França, a Bélgica e, principalmente, a Alemanha foram os principais receptores destes novos migrantes que vieram a ser somados aos milhões de estrangeiros que já viviam nestes países.
Na Alemanha grupos neonazistas incendiaram albergues e promoveram violentos ataques à população de origem turca. Partidos políticos de direita e de extrema direita, defensores da deportação em massa de estrangeiros, tiveram votação expressiva em diversos países do continente.

Xenofobia e racismo

Ao mesmo tempo, a entrada de imigrantes vindos da África e da Ásia acentuou-se com a globalização e os impactos negativos que este processo tem produzido em todo o mundo pobre. Para muitos europeus a xenofobia está associada ao raciocínio simplista que relaciona o desemprego acentuado na Europa das últimas décadas à presença do estrangeiro. Alega-se, em alguns países da Europa, que muitos empregos foram tomados por grupos de origem imigrante em detrimento de verdadeiros europeus.
A onda de violência detonada pelos jovens suburbanos na França, em outubro de 2005, pode ser atribuída ao colapso do Estado de Bem Estar Social que abandonou na última década, sistematicamente, a população mais pobre. Mas, é também fruto da intolerância e do racismo. Estes jovens são filhos ou netos de imigrantes, nascidos na França e, portanto, de nacionalidade francesa.
Esta não é só uma realidade da França, mas de diversos países da União Européia, que temem que os distúrbios possam se espalhar por outros países do continente. O fato de terem nascidos na França, Alemanha, Inglaterra, Itália não os tornaram verdadeiros franceses, ingleses, alemães ou italianos. Na Alemanha é comum um ditado: "caso um pato nasça no galinheiro, isto não o torna galinha, ele permanecerá sendo pato". Na prática é assim que parte expressiva da sociedade destes países vê seus vizinhos suburbanos de ascendência argelina, marroquina, turca, senegalesa, paquistanesa, hindu, etc.

Discriminação e revolta

Muitos destes imigrantes entraram na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Foram "bem vindos", pois contribuíram para a sua reconstrução. Salários baixos e trabalhos pesados os esperavam de mão aberta. Eram grupos formados principalmente por argelinos na França, turcos na Alemanha, hindus e paquistaneses no Reino Unidos, e muitos outros.
Hoje os europeus não precisam mais deles e nem dos seus filhos. Como não sabem o que fazer deixam-nos relegados à sua própria sorte. Vivem em subúrbios ou bairros deteriorados, residem em conjuntos habitacionais especialmente construídos para a população de baixa renda e arruinados pelas marcas do tempo. Não contam com serviços públicos de boa qualidade e são discriminados no mercado de trabalho. Enquanto o índice médio de desemprego na França é de 10% (2005), nos subúrbios próximos à Paris gira entre 35 a 40%.
O mercado de trabalho está bloqueado principalmente à população mais jovem que não conta com escolas de boa qualidade e acesso ao ensino superior. Os empregos, quando disponíveis, são equivalentes àqueles exercidos pelos seus pais e avós: baixa remuneração, baixa qualificação e nenhum prestígio social.

Vigiar e punir

O poder público aparece nestes guetos que se formaram na periferia de importantes cidades européias e, também nos Estados Unidos, principalmente para reprimir e punir. A situação só é mais sombria nas grandes cidades do mundo subdesenvolvido.
As ações policiais têm manifestado com freqüência atitudes embutidas de racismo e xenofobia. Ainda em 2005, após os atentados terroristas em Londres, o brasileiro Jean Charles de Menezes foi morto com seis tiros, depois de imobilizado pela polícia. No Texas um peruano espancado por policiais acabou morto.

Os Estados Unidos questionam os europeus pela ausência de uma política de integração dos imigrantes. De fato, não faltam motivos para tal questionamento. Mas, em 1992, uma revolta semelhante ocorreu na cidade de Los Angeles, quando quatro policiais responsáveis por um espancamento brutal ao motorista negro Rodney King, filmado e amplamente divulgado pela imprensa em todo o mundo, foram absolvidos em julgamento. A revolta teve origem nos bairros deteriorados habitados principalmente por negros situados ao sul de Los Angeles, tomou conta de toda a cidade e se alastrou para São Francisco, Las Vegas, Atlanta e outras cidades norte-americanas.

A favor dos imigrantes

É claro que não existe um pensamento uniforme sobre a questão imigrante. Partidos de esquerda, ambientalista e liberal defendem uma política de integração. Defendem que a Europa precisa deles. Muitos empregos que o europeu não está disposto a aceitar têm sido preenchidos, há algum tempo, por imigrantes e seus descendentes. Além disso, o crescimento demográfico da Europa está praticamente estabilizado, os jovens diminuem a cada década e a população envelhece. Os imigrantes são a força rejuvenescedora do "velho continente". Hoje são os que mais contribuem para o crescimento demográfico da maioria dos países da Europa, especialmente dos países mais ricos.

http://educacao.uol.com.br/atualidades/imigracao-na-europa-entenda-a-onda-de-violencia-que-ocorre-na-franca.jhtm

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Professor Armando.

Não estudo no seu colégio e também não sei se você continua dando aula, mais quero elogiar o seu trabalho, Sou aluno e adorei seu post. Utilizei suas palavras e escrevi com as minhas sobre um trabalho de Xenofobia na Europa. Agradeço

Abraços!

Unknown disse...

Ola professor Armando, gostei bastande desse texto que me ajudou bastante, me dando mais ideias para produção da minha charge. Essa situação na Europa eh mesmo bem complicada e mostra bem a natureza humana pois quando precisaram dos imigrantes para reconstrucao da Europa pos guerra os imigrantes eram bem vindos, agora deixam estes e seus descendentes nos guetos largados a sua própria sorte. Com essa nova onda de imigração que esta acontecendo essa situação tende a piorar muito! A solução no meu entendimento deve ser resolvida nos países de origem desses imigrantes pois acredito que eles não querem sair de seus países, mas saem para procurar uma vida melhor para suas famílias. A Europa poderia buscar algum tipo de ajuda a esses países para evitar a imigração.