sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

TRAGÉDIA NO RIO DE JANEIRO: UMA TRISTE CONSTATAÇÃO

   
   Na semana passada, abordamos o caos provocado pela natureza na região serrana do Rio de Janeiro. Até então, algo em torno de quinhentas vítimas era o que se tinha como certeza. Hoje, infelizmente, esse número se aproxima de oitocentos, com grandes possibilidades de atingir a casa dos mil.
   Naquela ocasião, comentamos os motivos que levaram a um desastre de tamanhas proporções, não com o objetivo de apontarmos esse ou aquele culpado, mas de conscientizar a quem interessar pudesse (embora o ideal seria conscientizar justamente quem não apresenta interesse pois que, de modo geral, são os que mais carecem de informações e se tornam as primeiras vítimas).


   Entre outros aspectos levantados, a ação do Estado figura como essencial, e isso foi abordado em nossos comentários. O que muitos questionam é: qual é o papel do Estado nessas circunstâncias, quando os moradores das áreas de encostas têm total consciência dos riscos que correm? O Jornal da Band desse semana traz uma matéria que, infelizmente, constata o que levantamos na semana passada: a omissão do Estado é fator preponderante, embora não único, para se evitar novas tragédias.
   Tudo indica que novas catástrofes e mais algumas centenas ou milhares de vidas deverão ser perdidas antes que os governantes (isso mesmo, aqueles governantes que nós mesmos levamos à Brasília, ou à prefeitura, ou ao Palácio de governo, e os instalamos confortavelmente em suas cadeiras luxuosas, num amplo gabinete, de onde discutem de segunda à quinta-feira um bom aumento para os seus próprios salários - e isso foi visto por aquelas centenas de pessoas que não existem mais, pois elas  tomaram ciência desse fato através de seus aperelhos de televisão que não existem mais, de dentro de seus barracos que, também, não existem mais, visto que foram todos tragados pela lama e pela enchente) tomem as atitudes que lhes cabem. Sei que parace trivial depositar a culpa no governo, tal fato já se tornou lugar-comum. Mas, nesse caso, creio, o lugar-comum cedeu espaço a essa triste e singular constatação: a omissão do Estado.
   Para quem se interessar, aqui está o link de matéria jornalística citada anteriormente.

http://www.band.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000391518

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